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Herberto Helder: Carta a Maria Lúcia Dal Farra
Penso que uma pessoa escreve para passar desapercebida, para rodear-se de silêncio, para saber objectivamente que está diferente dos outros, para ocultar-se. Mas tudo isso é complexo: penso que, se é forçoso estar oculto, aspira-se a que nos desocultem, a que nos tirem a razão, a que nos deixem desarmados, nus, humanos, frágeis. Porque só assim, descobertos, poderemos ser amados. A decifração é o único acto de amor.
Excerto de carta a Maria Lúcia Dal Farra, 27 de Julho de 1975
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